O Dia Mundial do Câncer foi instituído no ano de 2005 pela União Internacional pelo Controle do Câncer e possui apoio da OMS. O dia 4 de fevereiro é a data escolhida para essa campanha que tem por objetivo aumentar a consciência e educação sobre a doença.
Para nós, da Oncotrata, a palavra do paciente sobre a sua trajetória, suas lutas, vitórias e revezes na batalha contra o câncer é de fundamental importância, pois cada indivíduo é único e merece ser ouvido, acolhido e respeitado de acordo com as suas necessidades.
Conheça um pouco do que pensa e sente alguns dos nossos pacientes sobre o caminho que os trouxe até aqui.
Conheça a história da Aida:
Receber o diagnóstico de Carcinomatose Peritoneal foi muito apavorante. O primeiro pensamento foi “eu quero morrer”. E foi o que disse para o Dr. Marcelo Leite, que me respondeu: “o velhinho lá de cima é que sabe a hora”.
A 1ª coisa a fazer foi avisar a família e amigos próximos para compartilhar minha dor. E o apoio foi tanto que no outro dia eu queria era VIVER.
Minha família e amigos estiveram comigo sempre, me encorajando, me acompanhando, preparando minha alimentação e meu lanche, enfim, na luta comigo. E sem dramas. Isso me deu tanta força que encarei todo o processo com muita disposição para lutar.
A Oncotrata me recebeu de braços abertos desde a entrada na portaria até os lanches da Jéssica. Me senti como se todos ali fossem da minha família. Eu não me sentia doente. Ali eu recebia as gotas da Cura e ainda compartilhava minhas experiências com as “colegas de poltrona”.
Encarei a queda dos cabelos como uma oportunidade de mudar meu visual (sempre usei cabelos compridos). E os meus apoiadores adoravam minha careca. E eu também me achava linda. Assumi a careca usando fitinhas coloridas que minha amiga fez. Tenho várias.
Quando me perguntam como estou, eu digo sempre CADA DIA MELHOR. Procurei terapias paralelas porque faz parte da evolução e para ficar mais tranquila.
No processo doença/cura é preciso acreditar numa força superior e na energia de luz que há dentro de nós e ter o apoio da família e amigos.
Soma-se a tudo isto, as conversas com a Natália, as receitas da Fernanda, cujas fórmulas me deixam firme e forte e a equipe de enfermagem que com muita competência, serenidade e atenção me deixa tranquila.
Gratidão ao Dr. Matheus, à equipe do Dr. Omar Bacha, que realizou a cirurgia e à Dra. Carolina Canabarro que me cuida e esclarece com muito amor todas as minhas dúvidas.
Hoje encaro com serenidade e agradeço por cada novo amanhecer. Vivo um dia de cada vez.
Conheça a história de Anke:
UM CAPÍTULO ESPECIAL EM MINHA VIDA
Em janeiro de 2003, a Equipe de rafting Feminina da Radical Sul, de Bento Gonçalves, começava seus treinos para o X Campeonato Brasileiro de Rafting, que seria em Nova Roma do Sul.
Nossos treinos eram todos os finais de semana. Em final de março fiz o meu check up anual na ginecologista. Quando veio o resultado da mamografia, foi sugerida uma mamotomia onde o diagnóstico final foi um câncer de mama inicial.
Quando fiquei sabendo do resultado, numa sexta-feira final de tarde, fui direto para casa e contar para a minha família. Minha mãe ficou preocupada e meu pai, já com Alzheimer, do seu jeito ainda entendia que eu estava com alguma coisa mais séria, ficou calado. Algumas lágrimas apareceram, mas em seguida dei dois telefonemas: o primeiro para uma pessoa que além de um grande, especial e eterno amigo, na época era o meu “ficante”, que não imaginava que poderia ser câncer; e o segundo para minha amiga e capitã da equipe de rafting Márcia, pois tinha que combinar a que horas iríamos viajar a Bento para os treinos e esta ficou super triste achando que eu não iria mais.
Em casa, pedi que contassem ao meu irmão e avisei que estava indo para meu último treino dentro do bote, e para equipe disse que estaria todos os finais de semana que eu pudesse na beira do Rio das Antas, dando o apoio que elas precisassem.
Os amigos de Bento ficaram tristes, mas otimistas. Na segunda-feira seguinte meu irmão e sua família, muito preocupados conversaram comigo e fomos ouvir a opinião de 2 a 3 médicos bem conceituados e comecei a ficar mais tranqüila, quando todos me disseram que um câncer inicial, ainda dentro dos ductos mamários, a cirurgia era rápida e com 95% de cura.
Na última médica, foi onde eu me senti mais à vontade e com uma segurança muito grande. Saí do consultório já com cirurgia marcada para 4 dias depois.
Feita a cirurgia chamada de setorectomia, onde é retirada a área afetada e mais uma região de prevenção, a análise da biópsia (que acusou uma das células cancerígenas invasoras), foi sugerido o esvaziamento para a retirada dos linfonodos para maior segurança, que foi feita 10 dias depois.
Nesta segunda intervenção muitos no hospital já me conheciam fosse pela primeira cirurgia, ou fosse por tantas idas e vindas com pai, mãe, sobrinhos, visitas a amigos, recém nascidos, etc. Como gosto de dizer, virei Pós Graduada (PHD) em Hospital e sócia atleta do Hospital Moinhos de Vento. Na ocasião na sala onde ficam os pacientes aguardando os anestesistas, estávamos todos com os aventais limpinhos aguardando a hora da faca, 4 mulheres a acalentar um único homem que estava para fazer a sua primeira cirurgia na vida como se fosse uma roda de amigos a espera do chimarrão.
Na recuperação eu só queria saber do jogo do Grêmio e curiosa para saber em que quarto iria ficar, pois na primeira intervenção o mesmo fez muito sucesso com o número 169 e com as várias visitas divertidas que recebi; tive azar não foi o mesmo, mas as visitas sim.
Em casa, literalmente de molho por 15 dias, fui quebrando a monotonia assistindo as partidas do meu time de amigas e futebol com dreno e tudo. Com o dreno recém tirado, fiquei namorando muito, com pontos, mas sem sexo selvagem com o meu namorado/ficante, tudo com autorização da minha médica.
Além disso, estava liberada para dirigir e com grandes possibilidades de competir, já que faltavam 20 dias para o campeonato e havia sido decidido que só precisaria fazer radioterapia.
Quando recebi a permissão para remar o campeonato ficou acertado que faria a radioterapia logo após a competição, e os 15 dias faltantes de fisioterapia 3 x por semana. Como me senti muito bem com o remo no final de semana anterior as provas, a nossa equipe foi denominada de AS MONSTRAS, nome que ficou até hoje.
Fizemos todas as provas e foi a maior superação para todas nós. O choro foi coletivo quando terminamos a primeira prova com um ótimo tempo. Infelizmente não ganhamos o campeonato, mas só de estar ali dentro do bote era algo inexplicável.
Só valeram as idas ao rio, aos jogos de futebol, o contato com os amigos, colegas, familiares, a volta o mais breve possível a vida normal. Tudo isso nos dá a energia que precisamos para refletirmos sobre o que nos levou ao câncer; que temos que mudar de vida, nos dando o direito de ter mais tempo para nós mesmas, de poder dizer não; de centralizar a nossa força para superarmos obstáculos, ponderando sobre tudo buscando sermos cada vez mais felizes.
Este capítulo se passou quando eu tinha 39 anos. Hoje não tenho mais o ficante, mas tenho o meu maior amigo, companheiro, consultor, parceiro, ouvinte, e muito mais que não consigo expressar; o meu marido Ricardo, a quem reencontrei depois de conviver na adolescência,7 anos após a cirurgia, com quem hoje sou casada.
Obrigada aos meus médicos, amigos e familiares, que em qualquer lugar e de qualquer jeito foram e são tão importantes na minha vida.
Este capítulo passou e aprendi e continuo aprendendo muito depois dele, principalmente com as pessoas que comecei a conviver.
Meu nome é: Anke, nasci em 09/07/1963, não tive filhos, jogava futebol, pratico rafting quando oportuniza, faço caminhada e academia, cuido da minha alimentação e sou muito feliz!
Conheça a história de Vânio:
2º Sgt RR (aposentado) 48 anos casado, pai de três filhos e uma neta. Até setembro de 2017, tinha uma vida normal, sempre fazia meus exames de seis em seis meses sempre dando resultados normais, até que em final de setembro de 2017, tive alguns sintomas que me obrigaram a consultar com Proctologista, o qual no exame de colonoscopia, foi visto um tumor de 06 centímetros no intestino a 25 centímetros do ânus, sendo de imediato marcado uma cirurgia. Sendo retirado o tumor, o cirurgião também viu 4 metástase no fígado, após isso fui encaminhado à Clínica ONCOTRATA.
Quando recebemos um diagnóstico de câncer, parece que a gente perde o equilíbrio e cai, e não para mais de cair, se não nos controlarmos morremos só pelo fato de termos recebido a notícia, no primeiro momento eu quis me isolar, não falar para ninguém, depois resolvi enfrentar a doença de frente cabeça erguida, com medo mas no controle deste sentimento, graças a Deus tenho um Anjo ao meu lado, minha esposa Clarice que nunca saiu de perto de mim nem um minuto sempre me dando força.
Em 04 de Outubro de 2017, tive meu primeiro contato na Oncotrata, consulta com a Dra. Andrea Moretto. Em meu primeiro contato com a Dra. Andrea aconteceu algo que nunca vou me esquecer: com 47 anos de vida com diagnóstico de câncer a minha Oncologista me abraçou e me deu um beijo, nunca imaginei que na minha vida isso iria acontecer. Nesse dia começou a Guerra contra o câncer com um Batalhão de ANJOS, todos trabalhando na CLÍNICA (Quartel) ONCOTRATA.
Se nós pacientes oncológicos tivermos Fé, apoio da família, amigos e parentes, e ir fazer o Tratamento com os profissionais da Oncontrata, quero afirmar que só não sobrevive muito mais do que o diagnóstico fala, se o CARA lá de cima Deus, precisar urgentemente de nossos serviço.
Eu queria poder falar para todos os pacientes oncológicos que às vezes o nosso pessimismo, pânico, a falta de apoio das pessoas que nos rodeiam, nos matam muito mais rápido que o câncer.
Descobri que quando somos diagnosticados com qualquer tipo de câncer, raras vezes nos curamos mas sim temos uma sobrevida, principalmente com esses pilares:
DEUS, FÉ FAMÍLIA, MEDICINA E AMIGOS.
Quero dizer Dra. Natália que nunca falei nas vezes que tive oportunidade de falar nos eventos, que nunca em nenhum momento da minha vida desde o fatídico dia que soube que estava com câncer, nunca deixei de fazer projetos para minha vida por causa da doença, nunca pensei em um dia após o outro, só de pensar um dia após o outro parece sim que estou me matando aos poucos, e criar projeto para o meu futuro e dos meus filhos e esposa me deixou mais forte para enfrentar a doença.
Neste momento que estou escrevendo este relato é dia 23 de Janeiro de 2019, às 14 horas e 56 minutos estou fazendo da minha sala na Função de Diretor Operacional da Guarda Civil do Município de Imbé, projeto que tinha na minha vida antes da doença e que em nenhum momento perdi a Fé ou esperança que um dia assumiria essa função.
Essa frase foi completada pela Sra Dra, eu Disse em uma das consultas que tive com a Sra, “Doutora Eu Tenho muita FÉ” e a Senhora me respondeu: “Fé quem tem vive mais”, Vânio. Essa frase está tatuada nas minhas costas.
Conheça a história de Patrícia:
Me chamo Patrícia e tenho 58 anos e sou mãe de três filhos.
Em agosto de 2016 fui diagnosticada com câncer na mama esquerda, mas eu sentia dores nas costas, ou seja, metástase nos ossos e pulmão. Primeiro fiz radioterapia – 20 sessões direcionadas para a coluna e pulmão. As dores passaram.
Quando recebi a notícia foi um baque. minha filha estava viajando fazendo um curso, como ia dizer. Dividi somente com os dois filhos e meus pais. Mas também dividi com Padre Marcio da Igreja Auxiliadora que me deu bênção com a unção dos enfermos. Foi um remédio de fé e esperança.
Com a notícia perdi a minha voz, passei um bom tempo sem voz. Minha filha ligava perguntando das dores e eu falava que estava melhorando. Quando ela voltou, contei para ela e para meus irmãos.
Tive durante meu tratamento força de toda família, de amigos e da comunidade paroquial da Igreja Auxiliadora, onde sou coordenadora do conselho e participante das missas. Fiquei afastada das leituras e palestras, só fazia serviço burocrático.
A Quimioterapia começou dia 04 de outubro de 2016 e terminou em 17 de maio de 2017. Continuo fazendo a aplicação de ácido zonet e desde junho de 2017 tomo anastrozol.
Em julho de 2017 fiz a cirurgia para a retirada da mama esquerda e colocar a prótese, mas não consegui ficar com a prótese e retirei. Fiquei até abril de 2018 sem prótese, quando coloquei um expansor e em agosto fiz a reconstrução da mama.
Durante todo o tratamento não me fiz de vítima, eu tinha uma doença mas eu não era uma doente. Caíram os cabelos mas usei peruca.
Depois da cirurgia, Dra. Ana Paula mandou eu dividir as energias no Mais Vida onde faço todas as segundas reiki e psicologia.
Está me fazendo muito bem. Meu conselho a todos: tem que ser vitoriosa, sempre com fé, força, ser forte e conte com o apoio de casa e dos amigos.
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